sexta-feira, março 19, 2004

Alerta Geral!

Ultimamente não tenho dormido nada e a culpa é dum e-mail que recebi. Já não bastavam as preocupações que tenho por causa do Governo, do estado da Justiça e da Saúde em Portugal, das crónicas do Marcelo na TVI e das escolhas do Scolari. Agora fiquei a saber que não estou seguro em nenhum lado e tenho andado aterrorizado.
Normalmente nem abro a maioria do meu correio electrónico, por causa das campanhas de sites pornográficos ou, pior ainda, dos comentários sobre o que aqui escrevo. Às vezes recebo uns avisos esquisitos para as pessoas terem cuidado com fraudes nos telemóveis e coisas do género. Não costumo acreditar nesse tipo de coisas e muito menos faço o que me pedem e reencaminho-os, mas desta vez acho que é importante alertar a população em geral, até pela credibilidade óbvia do texto.


Tem muito cuidado ao parar nos semáforos onde ficam aqueles malabaristas com fogo. Enquanto o condutor está a assistir ao show, outro malabarista vem por trás e atira um cocktail molotov para dentro do carro! O condutor, assustado e com o carro em chamas, sai a correr desesperado. Nesse momento, surge um terceiro malabarista, que vem pela direita e atira um chimpanzé domesticado para dentro do carro, vestindo um fato com isolante térmico. Este chimpanzé, treinado na cidade do Cairo (Egito) e alimentado com damascos gigantes da Nova Guiné, rouba o auto-rádio e tudo o que houver dentro do automóvel. Enquanto isso, dois falcões peruanos de caça fazem vôos rasantes sobre a cabeça do condutor, distraindo a sua atenção para o que está a acontecer dentro do carro! Quando o chimpanzé abandona o carro, eles fogem numa trotinete motorizada verde musgo, fazendo uma pirâmide humana e cantando "Afinal Havia Outra" da Ágata, rumo a outro semáforo...

O marido da prima da vizinha da cunhada da tia de um amigo meu passou por isso, então resolvi dar o alerta.


Não é assustador? E pensar que anda gente preocupada com coisas insignificantes como os atentados bombistas e outro tipo de terrorismo. Normalmente não me amedronto facilmente com o discurso dos dirigentes do futebol - nem sequer com as telenovelas portuguesas da SIC e outras coisas arrepiantes, mas isto é demais!

terça-feira, março 02, 2004

Carta ao Rei da Jordânia

Tenho andado cheio de dores de cabeça por causa da situação económica e social portuguesa. Achei que é meu dever patriótico fazer algo, por isso resolvi escrever para o palácio do soberano da Jordânia. Porquê um país do médio oriente? Bom, uma nação europeia não me ia ligar nenhuma e, para mais, naquela região estão cheios de dinheiro do petróleo. Devem ter algum para nos dispender. Tenho a certeza que o Rei Abdullah II ficará sensibilizado com as minhas palavras – reparem na forma como consegui estabelecer paralelismos entre os dois países. Nas próximas semanas vou estar atento à caixa de correio, porque posso muito bem ter uma surpresa.

Caro Rei,

Venho por este meio pedir uma ajuda monetária para o meu país. O governo português tem andado muito preocupado com um pacto de estabilidade europeu que só vale para os pequenos países. Por isso, o Estado não tem dinheiro para melhores hospitais, escolas, espaços culturais e, pior para a economia, para o investimento nas empresas nacionais. O dinheiro que não temos vai para antros de violência, corrupção e desperdício – talvez já tenha ouvido falar, chamam-se estádios de futebol.
Como contrapartida dum generoso contributo, podemos ensinar os vossos terroristas a fazerem coisas inacreditáveis: desabar pontes inteiras através da remoção de areias, ruir edifícios sem manutenção, fazer desfalques e ficar impune, transformar as prisões em hospitais de tortura e hospitais em prisões infernais.
Ao contrário do que pode pensar à primeira vista, os nossos dois países têm muito em comum: os piors criminosos são transformados em mártires heróis, os bombistas são amnistiados pelos camaradas, os políticos são manipuladores e até muitos médicos são corruptos. Para além disso, fazem-se referendos e eleições que não servem para nada. Vossa Majestade não tinha pensado nisto tudo, pois não?
Um cheque de 1.000.000 de euros ao portador servirá para uma boa ajuda inicial e será muito bem vindo.

Porto, 3 de Março de 2004

Com os melhores cumprimentos,